19.8.18


enoturismo alentejo

Patrimônio Cultural do início ao fim...

Completamente apaixonada por esta visita, pois se as paredes falassem contariam uma história incrível desde o século XIII. Primeiro fomos recebidos na capela pela Isabel, esposa de Julio Bastos, e sua simpática cadelinha (esqueci o nome), onde contou a história da vinícola e da propriedade. É de arrepiar, porque ali tem muita história, incluindo uma de amor entre o rei D. João V e D. Maria.

Tudo despensa comentários, pois é uma beleza infinita, o antigo mixado com o moderno: desde os azulejos originais e típicos portugueses - que nunca foram restaurados e estão em perfeito estado de conservação e que estão em todos os cômodos da casa principal, incluindo a capela - até a acolhedora e imensa adega onde fizemos a degustação de 9 rótulos. Tudo de extremo bom gosto!  


 A história 

"… esta casa apalaçada do princípio do Séc. XVIII é hoje um ponto de referência, não só pela sua beleza como também pela sua história e qualidade dos vinhos que sempre produziu. O seu interior é rico em azulejos do século XVIII, e o mármore, típico da região, encontra-se também um pouco por todo lado. Segundo conta a história, a Quinta foi adquirida em tempos por D.João V para oferecer a uma cortesã, D.Maria, por quem estava perdidamente apaixonado. Foi essa cortesã que deu o nome à Quinta e ao vinho que aqui é actualmente produzido. Esta Quinta é também conhecida como Quinta do Carmo, pois numa época posterior à edificação da casa, construiu-se uma capela datada de 1752, que foi dedicada e consagrada a Nossa Senhora do Carmo.

"Trata-se da melhor e mais bela casa de campo da região, conservada nas linhas originais de arquitetura Barroca e Joanina... (Inventário Artístico de Évora)"

No final do pátio de entrada encontra-se o Jardim, todo ele murado, rico em palmeiras seculares e com recantos cheios de história. No centro do jardim encontra-se um caramanchão de ferro entrelaçado, que cria um espaço fresco e acolhedor. Há também um pequeno lago com uma cascada de pedra e ainda um antigo tanque de rega onde se encontra uma estátua de Neptuno em mármore branco, empunhando o tridente, dominando uma nereida de monstros marinhos."*

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A produção de vinho na propriedade começou há, aproximadamente, 150 anos, mas a partir de 1988 é que Julio Bastos, proprietário da Dona Maria, deu início à comercialização nacional e internacional de seus vinhos. 
 
Pensando na expansão comercial, em 1992, vendeu metade da Quinta do Carmo para Domaines Barons de Rothschild - Lafite. Nessa época a antiga adega foi transferida para a Herdade das Carvalhas e a Quinta do Carmo passaram a ser uma sociedade só. 
 
Mas como Julio queria fazer o seu próprio vinho, sem a interferência de ninguém, ele vendeu a Quinta do Carmo e recomeça a produção com o rótulo Dona Maria. 
 
A primeira vindima aconteceu em 2003 a qual levou o vinho Dona Maria Reserva desta safra a receber o Great Gold Medal, além de ter sido reconhecido, com elevadas pontuações, por Robert Parker - WineSpectator e Wine Enthusiast. 
 
Em 2009, recebeu o título de "Produtor do Ano" pela "Revista de Vinhos" (revista portuguesa) e outros prêmios de Excelência. 

Castas

  • Tintas: Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Syrah, Petit Verdot e Aragonês. 
  • Brancas: Viognier, Viosinho, Arinto e Antão Vaz.*

 

"Em 2001, Júlio Bastos adquire a propriedade que ele acha a mais adequada para plantação de novas vinhas e em 2002 compra uma vinha que atualmente tem mais de 50 anos, com uma herança genética de mais de 100 anos. 
 
Esta vinha tem a particularidade de manter praticamente as mesmas características, tanto de solos como de castas, daquela que outrora produzia as uvas utilizadas na vinificação dos antigos vinhos produzidos nesta Quinta. 
 
Atualmente existem 80 ha de vinhas, dos quais 12ha são de uva Branca e 68ha de uva Tinta. Estas vinhas estão plantadas na sua maioria em terrenos ricos argilosos, com alguma influência calcária e muito boa retenção de humidade.

As características deste terroir, ou seja, uma altitude de aproximadamente 450mts, amplitudes térmicas diárias elevadas, com noites frescas e dias quentes, resultam numa maturação ideal.

As vinhas têm a particularidade de não serem regadas, sendo sujeitas a um “stress” hídrico, resultando uma menor produção e melhor qualidade."*


Dono de um excelente bom humor e extremamente atencioso, Julio mostra paixão pela quinta, os olhos brilham ao falar sobre as etapas de produção, das castas, de cada garrafa aberta. 

Revelando o feiticeiro

A degustação dos 9 rótulos foi excelente e o jantar harmonizado foi extremamente adorável - comida portuguesa, claro: 
  • entrada teve uma sopa de tomate, 
  • os pratos principais foram carne de porco, bacalhau (de comer rezando) e acompanhamentos. 
  • Sobremesa foram frutas, doces caseiros e doces de ovos. 
Serviço impecável, extremo bom gosto em tudo.   

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Enoturismo

No site da vinícola também tem as informações sobre a degustação de vinhos e harmonização gastronômica.

Dona Maria fica em Estremoz, ao Norte Alentejano, e pode marcar a visitação com antecedência pelo telefone +351 268 339 150 ou mais informações pelo e-mail: donamaria@donamaria.pt. 

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*Fonte: Dona Maria

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